Segundo o autor e professor Raj Raghunathan, da Universidade do Texas, as pessoas com o “vício de racionalizar” demonstram tendência a ignorar ou subestimar a grande importância de nossos instintos e emoções naturais. Elas optam sempre por escolher soluções que consideram estritamente “racionais”. Porém, isso pode acabar se transformando em uma “fonte de infelicidade”. Raghunathan cita o exemplo de um conhecido experimento feito pela Universidade de Chicago, “no qual os participantes deveriam escolher entre chocolates em forma de um coração, que valiam US$ 0,50 cada, ou em forma de uma barata, no valor US$ 2 cada. A opção de 68% dos participantes foi pelo doce em forma de barata, simplesmente porque ele valia mais do que o que tinha forma de coração”. Nesse exemplo, a decisão “racional” de obter mais vantagens (escolha do chocolate de maior valor financeiro), prevaleceu sobre a outra, mesmo o doce tendo o formato de um inseto considerado nojento.
Vale a pena pensar que esse alerta do professor pode ser de grande valia na sua vida profissional. Ele alerta que a racionalização de tudo, sem distinção, pode gerar escolhas erradas, como, por exemplo, levá-lo a aceitar um emprego mais bem remunerado, mesmo que em um ambiente hostil de trabalho. Ou seja, tomar uma atitude dessas torna mais importante o dinheiro que se vai ganhar do que o próprio bem-estar e o desenvolvimento profissional. É sabido que, a longo prazo, trabalhar em um ambiente agradável, de cooperação, gerará resultados muito mais positivos nos campos profissional e pessoal, mesmo que o valor percebido como salário não seja tão alto.
Para Raghunathan, o segredo das tomadas de decisões é saber avaliar os resultados que advirão delas. Por exemplo, decisões que envolvem ações práticas, como a compra de um imóvel, requerem racionalização. O bom senso é sempre o melhor caminho. O equilíbrio está em avaliar cada caso separadamente, e nunca esquecer de, nas horas certas, escutar o coração e a intuição, pois eles também contribuem para o nosso bem-estar.