Cenário Internacional

Depois do susto da “cartolina”, como ficou conhecida a tabela de tarifas implementadas e majoradas pelo presidente Donald Trump, independente dos impactos práticos para a economia global e, principalmente norte-americana, este é considerado um momento de ruptura das relações econômicas e comerciais no mundo. Apesar de alcançar quase todo o globo, o foco foi em seus maiores parceiros (China, México, Canadá e União Europeia) com objetivo declarado de eliminar os déficits comerciais dos Estados Unidos. De imediato, instalou-se o clima de pânico por lá com a antecipação de importações e redução das exportações, desvalorização do dólar, recuo das bolsas e avanço das taxas exigidas por investidores na compra de títulos públicos.

As interpretações são diversas e muitos cenários prospectivos ainda são incertos, reunimos aqui algumas considerações relevantes dadas pelos agentes de mercado: (i) mudança do modelo de globalização baseado em cadeias produtivas eficientes e de baixo custo; (ii) uso intensivo e, não totalmente precificado, de novas tecnologias; (iii) ambiente econômico global mais inflacionário e fragmentado; e (iv) possível avanço da militarização, principalmente na Europa.

A instabilidade provocada pelas tarifas fez preço nos mercados emergentes, em especial através das commodities. Metais industriais, cobre, gás natural e petróleo tiveram expressivo recuo, esse último em 15%, antecipando a desaceleração global.

Se concretizado o cenário de recessão global ou de choque enfático de oferta pelos grandes players comerciais afetados pela política tarifária (China, por exemplo), boa parte do mercado espera que o ciclo de elevação de juros no Brasil tenha se encerrado, interpretando possível manutenção de patamares elevados por mais tempo buscando trazer maior credibilidade local e âncora para risco de inflação.

Cenário Local

No Brasil, apesar do expressivo avanço da bolsa brasileira (3,7% em abril e mais de 12% no ano) que basicamente recolhe os pequenos quinhões da liquidez global, a situação da economia local ainda é preocupante. Com juros ainda elevados por aqui, vemos que os efeitos práticos na inflação parecem limitados (expectativa de IPCA acima de 5% em 2025 e 2026) diante do mercado de trabalho bastante aquecido + crescimento real dos salários + empréstimo consignado privado + redução da faixa de isenção do imposto de renda. O resultado dessa equação é nitidamente negativo para o compromisso fiscal do governo e agravado com “pimentas” que ardem na popularidade do presidente, como a fraude do INSS, adicionando ingredientes às prévias discussões para eleição de 2026.

Os planos administrados pela Inovar foram beneficiados em todas as estratégias, com exceção dos investimentos no exterior em função da desvalorização do dólar. Foram 4,18% na renda variável, 3,72% com multimercados e 1,08% na renda fixa que resultaram na rentabilidade prévia de 1,20%, 114% do CDI no Plano Inovar e 109% no Plano Família de modo que os ganhos consolidados estão acima da inflação em 2025

MOVIMENTAÇÃO:

Seguimos a reestruturação dos planos prevista para o ano. Mantendo alocação mínima na renda variável e ajustes para redução de risco na renda fixa.

Movimentações do mês:

• Realização de ganhos com ligeira redução da alocação em renda variável;
• Integralização de ativos da carteira própria em fundo exclusivo gerido pelo BTG que passará a ser investido pelos dois planos de benefícios, aumentando a equivalência de alocação entre os planos.