No cenário internacional, os dados refletem continuidade da moderação da inflação e desaceleração do mercado de trabalho sinalizando que o Banco Central norte americano deverá cumprir as expectativas do mercado e iniciar o processo de corte de juros por lá, só não se sabe ainda em que velocidade. Esse é o tipo de confirmação que favorece ativos de risco (por exemplo a bolsa de valores de mercados emergentes, como o Brasil que teve valorização de mais de 6,5% do Ibovespa) e a desvalorização do dólar.

Na China, salvo setores específicos e de menor peso (como tecnologia e carros elétricos), a desaceleração do crescimento no segundo trimestre se mostrou acentuada de modo que a economia por lá continua a enfrentar desafios no setor imobiliário e na arrecadação fiscal. A importância da China no acompanhamento do cenário econômico se concentra em sua relevância no comércio internacional, já que representa um dos principais parceiros de diversas economias mundo afora.

Já no Brasil, estamos na contramão do resto do mundo. Por aqui os dados de inflação estão piorando e, combinado a um mercado de trabalho aquecido (o que significa disponibilidade de recursos na mão da população para continuar consumindo, isso sem contar o crescimento dos salários, que têm superado o crescimento da produtividade da economia), geram preocupações sobre a pressão dos preços. Os agentes de mercado já esperam que o Banco Central comece a elevar juros na próxima reunião de setembro, já que não há indicativos por parte do governo de redução de gastos (o que gera ainda mais pressão sobre a inflação). Esse movimento de elevação de juros é amplamente aguardado e aparentemente é o único instrumento “disponível” para manter a confiança dos agentes de mercado sobre o cumprimento do centro da meta de inflação (em outras palavras, reancorar as expectativas).

Parte da teoria sobre o que aconteceu fora do Brasil nos levaria a crer que o dólar se desvalorizou em agosto em relação ao real, já que os investidores internacionais despejaram seus dólares por aqui, buscando maior rentabilidade com ativos mais “arriscados”. Entretanto, o que vimos foi a valorização do dólar em relação ao real, especialmente por conta das incertezas sobre a dose do remédio para a inflação (o tamanho do aumento da taxa de juros) e a ausência de medidas eficazes para a contenção de gastos por parte do governo.

Os investimentos dos planos administrados pela Inovar refletiram o bom humor dos mercados, especialmente na classe de renda variável e de investimentos no exterior. Ainda em boa fase, os investimentos atrelados ao crédito privado superam ganhos de 110% do CDI com quase 9% de rentabilidade esse ano, mas diante da mudança brusca de preços desses ativos, já inspira cuidados sobre o tamanho de sua participação em nossos investimentos.

Movimentações: Redução marginal da alocação no segmento de Renda Variável.